Ontem voltava para casa de skate, quando me deparei com uma cena no calçadão de Ipanema, na altura na rua Garcia D´Avila. Um casal de lesbicas, quecom idades entre 18 e 20 anos, sentadas, e encostadas uma na outra olhando o mar. Até ai tudo normal, nenhum problema, o negócio era que todo mundo que estava passando ao lado delas, as olhavam como atração, como uma coisa alegórica.
Fiquei meio que chocado com esse comportamento das pessoas no calçadão, e olha que as meninas não estavam se beijando ou fazendo nada demais, apenas, uma encostada na outra, uma cabeça no obro da outra.
A parte mais bizarra, foi um casal hetero que passava pelo local, e olhava as garotas como se fossem de outro planeta. O namorado que estava abraçado na namorada, virava a cabeça toda hora com olhar meio estranhos.
Pensei, das duas uma, ou o cara não estava gostando daquela cena, ou ele tinha alguma fantasia com duas mulheres. Se eu fosse a namorada dele, iria dá um beliscão no mesmo e perguntar: “Você está interessada nas garotas ou na minha pessoa, que sou sua namorada?”.
A cena de ontem mostra o quanto a sociedade é preconceituosa e imatura.
E olha que duas mulheres, choca menos que dois homens. Imagino, que se fossem dois rapazes, ouviriamos piadas de “viado”, “gritos” e quem sabe agressões.
Sábado passado, depois de andar de skate, fiquei horas conversando com um amigo hetero meu numa praça, falavamos de política, cultura, sociedade. Do jeito que as coisas andam poderiamos ser apedrejados, porque hoje você está junto com alguém já é visto como coisa errada. As pessoas tem até vergonha de abraçar um pai, porque podem achar que é pederastia. Mundo ignorante esse.
O problema é que as pessoas querem dá muita conta da vida das outras e esquecem de olhar para si e para seus relacionamentos.
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Dentro do Armário 
Comigo aconteceu de forma diferente: estava numa fila de mercado, e havia um casal gay adolescente (masculino) na minha frente. Não sei, talvez como uma forma de chamar a atenção, eles se beijaram. Se fosse um selinho, estalinho, sem problemas. Porém, eles se deram um beijo que nem um casal hétero se daria num ambiente como um supermercado: era língua pra todo o lado. Eu olhava na volta, e via as pessoas chocadas, e apesar de ser gay, também fiquei chocado com a cena. A questão é: acho que por causa de gays como esse casal, existe o conceito de que todos somos assim e por isso merecemos ser tratado como a sociedade nos trata, com reclusão. Enquanto esses gays que criam esse estereótipo (que acredito eu seja minoria) existente hoje na sociedade, e que por muitas vezes gera a fúria que vemos na tv, não pararem pra pensar um pouco o tanto que estão nos prejudicando, acho que essa história de se assumir ou não nunca deixará de ser complexa.
Pois é. Isso tipo de auto afirmação é muito infantil e burra, e só acaba de penalizar os demais, uma minoria carimba uma maioria que não tem nada haver com isso e ai a sociedade nos olhar estranhamento.
Isso é Leonardo, se assumir ou não é complexo, é igual a encontrar um amor.
Grande abraço